La Pagina de Elena G. de White
A Página de Ellen G. White
Trazendo-lhe as últimas investigações sobre Ellen G. White

Muitos falsos profetas têm saído pelo mundo. 1 João 4:1

"Estes livros... suportam a prova da investigação"

"Excesso Marital", na Concepção de Ellen G. White

e Seus Contemporâneos

A fim de entender a questão de "excesso marital" faz-se mister primeiro entender o conceito do Séc. XIX sobre força vital. O Dr. Ronald Numbers, em seu livro Prophetess of Health [Profetisa da Saúde] descreve como operaria essa "força vital":

Segundo o pioneiro adventista John Loughborough, a força vital era "aquele poder colocado no corpo humano, por ocasião de seu nascimento, que capacitará o organismo, sob circunstâncias favoráveis, a viver até certa idade". Sendo que o suprimento inicial é limitado, e uma vez que cada ato sexual retira força de um montante irrecuperável, conviria àqueles que cobiçam lograr uma vida longa manter suas atividades sexuais a um mínimo" (pág. 154)
A Sra. White aparentemente obteve seu conhecimento da força vital do reformador de saúde Horace Mann, cujos escritos sobre força vital se assemelham bastante aos dela:

Ellen White, 1876
Horace Mann, 1853
O homem veio das mãos de Deus perfeito em toda faculdade da mente e corpo; em perfeito vigor, portanto, em perfeita saúde. Foram necessários mais de dois mil anos de indulgência de apetite e paixões lascivas para criar tal estado de coisas no organismo humano para diminuir a força vital. (Testimonies, vol. 4, pág. 29) O homem veio das mãos de Deus tão perfeito em seus órgãos do corpo. . . tão bem dotado de força vital, que levou mais de dois mil anos de abominações do apetite e ignorância combinadas . . . para esgotar suas energias elétricas e torná-lo até acessível à doença. (Dedicatória e Discurso Inaugural)

Os reformadores do século XIX consideravam o sexo como fator de esgotamento das energias vitais. O médico adventista Dr. J.H. Kellogg escreveu em 1877:

O ato reprodutivo é o mais esgotante de todos os atos vitais. (Plain Facts for Old and Young, pág. 119)

A Sra. White Adverte Contra o Excesso Marital

A Sra. White adverte que Deus terá por responsáveis os parceiros matrimoniais que gastarem sua energia vital:

Não vêem que Deus requer que controlem sua vida matrimonial e evitem quaisquer excessos. Mas bem poucos sentem ser um dever religioso governar suas paixões. Uniram-se em matrimônio para o objeto de sua escolha, e raciocinam, portanto, que o casamento santifica a indulgência de paixões baixas. Mesmo homens e mulheres que professam santidade dão rédea solta a suas paixões lascivas, e não imaginam que Deus os tem por responsáveis pelo gastar a energia vital, o que enfraquece seu vigor na vida e enerva o organismo inteiro. (Testimonies, vol. 4, pág. 472)
Durante a era Puritana do Século XIX a mulher espiritual ideal manifestava pouco interesse em sexualidade. Escrevendo em 1871, o neurologista alemão Richard von Krafft-Ebing pronunciou: "A mulher. . ., se física e mentalmente normal, e devidamente educada, tem somente pouco desejo sensual". O Dr. Kellogg tem uma declaração semelhante em seu livro de 1877:
Devo dizer que a maioria das mulheres, felizmente para elas, não se perturba muito com sentimentos sexuais de qualquer espécie. . . . As melhores mães, esposas e administradoras do lar pouco ou nada sabem sobre indulgências sexuais. O amor ao lar, aos filhos, aos deveres domésticos, são a única paixão que sentem. Como via de regra, uma mulher modesta raramente deseja qualquer gratificação sexual para si própria. (Kellogg, pág. 473)
A Sra. White considera um dever da esposa ideal reprimir os desejos de seu marido:
O excesso sexual destruirá efetivamente o amor pelos exercícios devocionais e removerá do cérebro a substância necessária para nutrir o organismo, e com muita certeza esgotará a vitalidade. Nenhuma mulher deve ajudar o marido nessa obra de auto-destruição. Ela não o fará se for iluminada e tiver verdadeiro amor por ele. Quanto mais indulgência às paixões animais for praticada, mais forte se tornarão e mais violentos serão os clamores por mais indulgência. Que mulheres e homens tementes a Deus despertem-se para o seu dever. Muitos professos cristãos estão sofrendo com paralisia de nervos e cérebro dada a sua intemperança nessa direção.

Não é o amor puro e santo que conduzirá a mulher a satisfazer as propensões animais do marido às expensas da saúde e vida. Se ela possuir verdadeiro amor e sabedoria, buscará distrair sua mente desviando-a da satisfação de paixões lascivas para temas elevados e espirituais, demorando-se em temas espirituais interessantes. Poderá ser necessário instar humilde e afetuosamente, mesmo com risco de seu desagrado, de que não pode rebaixar seu corpo por submissão ao excesso sexual. Ela deve, de modo terno e bondoso, lembrá-lo de que Deus tem a primeira e mais elevada reivindicação sobre o ser inteiro, e que ela não pode desconsiderar tal reivindicação, pois será responsável no grande dia de Deus. (Lar Adventista, págs. 124-126).

É questionável que encorajar o marido a refrear-se de atividade sexual realmente beneficiará sua espiritualidade. Pode-se argumentar que a constante repressão de seu desejo sexual pela esposa pode induzir o marido a ter desejos até mais intensos do que se tivesse suas necessidades atendidas pela esposa.

As declarações da Sra. White parecem bem bizarras segundo uma perspectiva médica moderna. Não há evidência de que a atividade sexual normal, freqüente, retire nutrimento vital do cérebro. Contudo, talvez podemos conceder à Sra. White o benefício da dúvida. Talvez ela estivesse falando de freqüências anormalmente extremas. . . .

Quão Freqüente é Excessivo?

A Sra. White nunca definiu exatamente o que significa excessivo. A fim de descobrir o que ela quis dizer precisamos determinar como a expressão excesso marital era empregada por outros reformadores de saúde de seu tempo, em particular aqueles dos quais ela assimilou seus ensinamentos sobre saúde. Sylvester Graham permitia no máximo uma relação ao mês. O. S. Fowler, um frenologista que pessoalmente admitia o sexo para procriação somente, havia declarado que "submeter-se, mesmo dentro do casamento, na freqüência dos quartos da lua, significa destruição gradual mas efetiva tanto do corpo quanto da alma". (Hereditary Descent, pág. 206). Uma vez que os quartos lunares ocorrem a cada sete dias e meio, Fowler estava dizendo que dedicar-se ao sexo numa freqüência de uma vez por semana seria um excesso! Essas elevadas freqüências destruiriam o corpo! O médico adventista J.H. Kellogg parecia concordar com Graham sugerindo que os parceiros matrimoniais "limitassem essa indulgência ao número de meses no ano". (Kellogg, pág. 487). Kellogg considerava que o sexo diário seria perigoso para ambos os cônjuges:

Outro caso veio à nossa observação em que o paciente, um homem, confessou ter se entregue à paixão lasciva todas as noites por vinte anos. Não admira que aos quarenta ele fosse um farrapo físico. (Kellogg, pág. 468)
Os Whites pareciam ter concordado com a freqüência de Fowler, pois reproduziram o seu conselho numa versão ampliada do livro da Sra. White de 1864 sobre masturbação, Apelo às Mães, que foi republicado em 1870 com o título de Solene Apelo Relativo ao Vício Solitário, e os Abusos e Excessos da Relação Matrimonial [Ver artigo "Apelo às Mães e ao Bom Senso", nº. 41b de nosso "Catálogo].

Pesquisa científica tem revelado que a maioria dos casais se envolve em atividade sexual entre 1 a 5 vezes por semana. Isto está muito acima da freqüência advogada em Solene Apelo. E é interessante notar que as pesquisas têm revelado que homens e mulheres vivem mais tempo com maior freqüência de atividade sexual.

Um Fato Sabido: Freqüência Maior é Mais Saudável

Um estudo recentemente publicado na Grã Bretanha sugere que os homens que têm sexo mais de uma vez por semana apresentam menores índices de mortalidade. Após analisar os índices de mortes de quase 1.000 homens, com idades de 45 a 59 anos, os pesquisadores da Universidade de Bristol e da Universidade Queen, de Belfast, concluíram que homens que têm mais sexo parecem viver mais tempo. Segundo o estudo, ter sexo em base regular reduz o risco de morte pela metade.

Essa análise fez parte de um estudo de longo prazo de doenças crônicas em que os cientistas avaliaram a existência de doenças cardíacas nos participantes, e também lhes indagaram com que freqüência tinham sexo. Dez anos depois, o número de mortes foi relacionado com a freqüência relatada de prática sexual. Os homens que disseram que tinham sexo duas vezes por semana revelaram metade do risco de morte em comparação com os que disseram ter sexo uma vez ao mês. Outros estudos científicos comprovaram essa pesquisa. (Para estudos mais profundos, ver Michael F. Roizen, M.D., Real Age, [New York: Harper Collins, 1999] pág. 131).

Celibato: Se Bom Para Padres e Freiras, Por Que Não. . .

Em 1884 a Sra. White chegou a apelar para a prática do celibato entre os adventistas do sétimo dia num manuscrito decerto não muito conhecido em nosso meio:

Não está em harmonia com a nossa fé ou a vontade de Deus que nossos missionários encham as mãos com os cuidados e cargas não essenciais para o trabalho . . . Foi-me mostrado que o Irmão e Irmã V___ se haviam afastado do conselho de Deus ao trazerem filhos ao mundo. . . . O tempo atual, bem como por anos, é tal que o trazer filhos ao mundo é mais uma ocasião de pesar do que de gozo. . . . Satanás controla essas crianças, e o Senhor pouco ou nada tem a fazer por elas. . . . É chegado o tempo em que, num sentido, os que têm esposas vivam como se não tivessem. MS [Manuscrito] 34, 1885.
Como seria de se esperar, o testemunho resultou em caos entre os que o ouviram. Um adventista descreve esta perspectiva desde eventos que se seguiram:
Esse testemunho foi lido perante grupos reunidos, mas evidentemente foi destruído quando defrontou tanta resistência, e a prova de sua existência prévia só pode ser dada por aqueles que o ouviram ou leram ou tenham sido testemunhas oculares da consternação causada por ele. . . . Muitos tentaram viver à altura dessa instrução. Sentei-me na igreja adventista em Missoula, Montana, e ouvi o pastor, Rollin D. Quinn, levantar-se perante a congregação, e com lágrimas escapando-lhe dos olhos confessar que Satanás o havia tentado durante as horas escuras da noite e havia pecado, mas com o auxílio de Deus permaneceria firme doravante, somente para repetir a cena no sábado seguinte. Um ministro contou a meu pai que não confiava ficar a sós com a esposa em casa e, assim, fazia com que se encontrasse com ele na estação ferroviária. "The Story of Ellen White's Supressed Testimony", Limboline (7 de janeiro, 1984), págs. 10, 11.
Por razões óbvias, o testemunho da Sra. White nunca foi publicado nos volumes dos Testimonies for the Church [Testemunhos Para a Igreja]. Permaneceu oculto e muito bem guardado até que muitos manuscritos da Sra. White foram liberados pelos Depositários dos Escritos de Ellen G. White nos anos da década de 1980. Isso se confirma no livro lançado no início da década passada, intitulado Eventos Finais (ver págs. 31-33).


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